Estava simplesmente a pensar, enquanto dormitava deitada no meu sofá e deitava um olho ao que dava na caixa cinzenta (sim! Porque a minha televisão não é preta, é cinzenta), na necessidade que cada um de nós tem de pertencer a um determinado grupo. Outra das questões que me invadiu as ideias foi: como é que a humanidade (que deriva toda supostamente de um mesmo ser primitivo: o macaco) se conseguiu repartir em tantos grupinhos e tão fechados a si mesmos?
(Isto ocorreu-me porque estive numa “White Party” duma criatura de 18 anos onde me encontrei sentada num banquinho desesperada por me cruzar com um ser que se assemelhasse à minha pessoa. Isto deixou-me de certa forma assustada porque eu sou aquela a quem a minha mãe designa carinhosamente de "portátil" (embora tenha 16 anos e não seja propriamente pequena) por me integrar normalmente bem em qualquer local. Se calhar não estava num dos meus dias o que levou a que facilmente as pessoas não dessem pela minha presença, mas pelo menos deu-me para pensar.).
Temos milhões de designações para pessoas que pensamos pertencer a um determinado tipo de gente: betos, freaks, mitras, novos-ricos, junkies, simplesmente outsiders, sei lá! As pessoas nascem e dizem: " Vou ser beta!" ou posteriormente decidem que se assemelham mais aqueles seres de camisinha, sapatinho à vela e que designam carinhosamente todos os seres adultos de "tios e tias"?
Bem, o facto é que temos de conviver diariamente com estas divisões sociais e devido a termos uma necessidade de pertença normalmente temos tendência a tentar fazer com que nos enquadremos numa delas.
É aí que as minhas questões existências começam. A que grupo é que eu pertenço? É suposto que me enquadre a 100% em alguma destas divisões?
Fui tentando arranjar respostas para estas perguntas (à minha maneira é claro) e acabei por concluir que sou esquisita mas gosto do meu esquisito. Estranho não? Vivo um bocadinho nos variados lados do dado (não da moeda porque essa só tem dois) e vou tentando adaptar-me dependendo de onde estou. Há definitivamente sítios onde me sinto mais eu própria e gosto mais de estar...
Aquilo que às vezes me custa ver nos outros é o esforço que têm de fazer para pertencerem ao "local" onde acham que devem pertencer. Reprimem as suas opiniões e pensamentos só porque não é suposto ou não se deve pensar daquela maneira. Mas que raio, afinal que é que decidiu como é que se deve ou não se deve pensar?
O facto de ter uma mãe freak e um pai beto baralha-me um bocado as ideias mas é bom porque me faz puxar pela minha própria cabecinha.
Questiono-me: a minha maneira de escrever faz com que eu pertença a algum grupo?
Não percam! Cenas dos próximos capítulos com: " A vida de um ser esquisito mas com orgulho!"
domingo, 26 de abril de 2009
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